Saneamento básico no Brasil

A ausência ou carência de serviços de água potável, coleta e tratamento de esgoto acaba por criar um ambiente propício ao surgimento e desenvolvimento de doenças graves. A maior parte de patologias relacionadas à falta de saneamento básico se desenvolvem por conta da água contaminada.

Hoje vamos te explicar o que é saneamento básico, qual a sua importância, e qual é o cenário no Brasil. Não deixe de conferir.

O que é saneamento básico

Saneamento é um conjunto de medidas que tem como objetivo preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de se prevenir doenças e promover saúde, melhorar a qualidade de vida da população, aumentar a produtividade das pessoas e facilitar a atividade econômica.

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela constituição e definido pela lei nº 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgoto, limpeza e drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e águas pluviais.

Embora no Brasil se use o conceito de saneamento ambiental, o mais comum é que o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, bem como a coleta e o tratamento de esgotos.

Importância

Ter acesso a saneamento básico é algo essencial para um país poder ser chamado de desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento de esgoto levam automaticamente à melhoria da qualidade de vida das pessoas, sobretudo na saúde infantil, reduzindo os índices de mortalidade, melhorias na educação, expansão do turismo, valorização de imóveis, aumento na renda do trabalhador, despoluição dos risos e preservação de recursos hídricos.

Em 2017, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram notificadas mais de 258 mil internações por conta de doenças hídricas no país.

Até 2036, considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor presente na economia com saúde pode alcançar os R$ 5 bilhões. Em outras palavras, ter acesso a saneamento básico gera mais saúde à população e economia aos cofres públicos. Trata-se de um investimento inteligente.

Em um levantamento feito pela CSI – Comissão de Serviços de Infraestrutura durante audiência pública em setembro de 2019, os expositores levantaram dados e alertaram para o fato de que 48% da população brasileira ainda não possui coleta de esgoto. Trata-se de um número elevado em pleno século XXI. Entretanto, as más notícias não param por aí. Os números são assustadores:

No Brasil:

35 milhões de pessoas não têm acesso a água tratada;
O esgoto despejado na natureza diariamente sem nenhum tipo de tratamento equivale a 5650 piscinas olímpicas;
59% das escolas de ensino fundamental não possuem rede de esgoto;
289 mil pessoas são internadas todos os anos por doenças relacionadas à falta de saneamento básico, desse número, metade são crianças entre 0 e 5 anos de idade;
46% do esgoto não é tratado.

As consequências da falta de saneamento básico

A falta de saneamento básico traz uma série de consequências negativas. Sendo a principal delas uma grave ameaça à saúde pública.

Regiões onde não há saneamento há um número maior de doenças como diarreia, cólera, leptospirose, esquistossomose, febre tifóide, patologias parasitárias e dengue.

Além das doenças, a falta de saneamento básico aumenta a desigualdade social, colabora para poluição e traz aumento de improdutividade. Trazendo assim, uma série de prejuízos para a população como um todo.

O futuro do saneamento básico no Brasil

O Brasil tem aumentando os índices de serviços em saneamento. No entanto, ainda é preciso aumentar os esforços e cobranças por estratégias e planejamentos de gestão como forma de universalizar o acesso.

Além disso, mais do que planejar, é importante executar e entregar obras e ações que garantam um serviço de qualidade. Afinal, de acordo com a ONU, é direito de todos ter acesso a água de modo suficiente, seguro, fisicamente acessível por valores razoáveis para utilização pessoal e doméstica.

O Brasil ainda tem muito trabalho pela frente, por isso tão importante quanto os governantes cumprirem com suas funções, é a população cobrar por seus direitos, além de usar os recursos naturais de maneira inteligente e funcional.

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